Editorial
Maio Amarelo tem só mais 10 dias

O Maio Amarelo, campanha de conscientização sobre segurança no trânsito, termina em 10 dias. A iniciativa surgiu como resposta à necessidade de reduzir acidentes e mortes no trânsito — e salvar vidas — a partir de orientações que destacam a importância de respeitar as leis de trânsito e adotar comportamentos seguros, especialmente após a Organização das Nações Unidas declarar a Década de Ação para a Segurança no Trânsito em 2011.
A campanha foi lançada no Brasil pelo Observatório Nacional de Segurança Viária e rapidamente se tornou um movimento internacional com o necessário envolvimento dos setores público e privado e da sociedade civil, principalmente na implementação de medidas para reduzir acidentes e mortes, promovendo um trânsito mais seguro para todos. A cor amarela, símbolo da campanha, representa a atenção e o alerta, como nos sinais de trânsito.
Apesar de toda essa preocupação — e ações — a falta de consciência continua mantendo as estatísticas em alta. Neste Maio Amarelo, de 2025, segundo levantamento preliminar realizado pela reportagem do jornal Cruzeiro do Sul, aconteceram 25 acidentes com 10 mortes na Região Metropolitana de Sorocaba, levando tristeza a muita gente.
Além de marcas permanentes e prejuízos financeiros, acidentes de trânsito causam sequelas emocionais nas famílias envolvidas que, muitas das vezes, são incuráveis.
Essas ocorrências também representam despesas que acabam sendo assumidas pelos governos, sendo custeadas com dinheiro público. No Estado de São Paulo, em 2023 e 2024, por exemplo, os atendimentos a vítimas de acidentes com automóveis e motocicletas geraram um custo total acima de R$ 130 milhões em despesas com internações e consultas na rede.
No período, mais de 118 mil atendimentos foram realizados em todo o Estado, sendo a maioria relacionada a acidentes de moto, somando mais de 109 mil casos. Já os de carro somam 9 mil. Muitos desses pacientes exigem internações prolongadas, cirurgias de alta complexidade, reabilitação e acompanhamento ambulatorial.
Os acidentes com motos representaram os maiores custos para o sistema de saúde, com destaque para a Grande São Paulo (R$ 47,3 milhões), São José do Rio Preto (R$ 9 milhões), Campinas (R$ 7,5 milhões), Sorocaba (R$ 7,4 milhões) e Taubaté (R$ 6,5 milhões).
Já os acidentes com automóveis também geraram gastos expressivos. As regiões que mais demandaram recursos públicos nesse tipo de atendimento foram a Grande São Paulo (R$ 5,4 milhões), São José do Rio Preto (R$ 2,8 milhões), Sorocaba (R$ 1,2 milhão), Campinas (R$ 1,19 milhão) e Ribeirão Preto (R$ 1,03 milhão).
O assunto é muito sério. Ricardo Wosniak, médico e diretor do pronto-socorro adulto no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, chama a atenção ao fato de que “no Brasil, os acidentes de trânsito são a segunda causa de morte externa, sendo superado apenas pelas mortes devidas às armas de fogo. A cada hora, 20 pessoas são internadas na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) por este motivo. Dentre elas os traumas diretos, como fraturas, amputações, hemorragias internas e externas, dentre outras. Um acidente de trânsito pode gerar sequelas graves, como lesões neurológicas, paralisias e amputações de membros”, afirmou.
No Maio Amarelo, são enfatizadas orientações que valem para todos os demais meses do ano.
Por exemplo, o cuidado com pedestres e ciclistas requer atenção e a redução da velocidade ao ver pedestres atravessando a rua, especialmente em faixas, evitando buzinar e parar em cima da faixa.
Quanto ao respeito à sinalização, a dica é: atente-se aos sinais de trânsito, como placas e semáforos, e siga as regras de trânsito. Enfatiza-se, também, a necessidade na manutenção do veículo, com verificação da calibragem dos pneus, o alinhamento da direção, e a iluminação do veículo para garantir a segurança.
Uma das recomendações envolve a direção defensiva, que demanda cautela e ações preventivas, sempre pensando na segurança no; a observação da distância segura do veículo à frente para ter tempo de reação em caso de necessidade; o uso do cinto de segurança pelos condutores e ageiros. Não se ite o uso do celular enquanto dirige, nem quando estiver parado no semáforo. Crianças até 10 anos devem ser transportadas somente no banco traseiro e menores de 7 anos e meio, na cadeirinha.